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Mulher que denunciou esquema de propina em Araçariguama revela novos detalhes

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empresaria

A presidente da cooperativa que denunciou o ex-prefeito de Araçariguama (SP) Carlos Aymar contou que deveria pagar R$ 2 milhões de propina para que tivesse a documentação de um empreendimento aprovada. Carlos Aymar e o secretário de governo da prefeitura, Israel Pereira da Silva, foram presos em flagrante ao receberem o dinheiro dentro da prefeitura.

Em entrevista à TV TEM, a empresária contou que procurava terrenos na região para construir um empreendimento da cooperativa que ela dirige há mais de 20 anos. Ela disse que encontrou o terreno com as características ideais em Araçariguama, mas relatou que os problemas começaram assim que ela procurou a prefeitura.

Edna Simões queria instalar um escritório na cidade. Para isso, procurou o vice-prefeito e a prefeita e que depois de muito tempo ela conseguiu um alvará. Mas, para isso, segundo ela, era preciso pagar R$ 900 mil à prefeitura.

Fiscais da prefeitura, de acordo com Edna, comentaram que enquanto o valor não fosse pago, não conseguiria manter o escritório aberto.

“Entrei com todos os trâmites na Junta Comercial e mudei o escritório para lá [Araçariguama]. Mas eu não conseguia liberar esse alvará de jeito nenhum. A conversa era de R$ 900 mil para poder liberar o alvará. Eram essas as informações que chegavam para mim: ‘enquanto você não pagar, eles não vão liberar’. O Joca [vice-prefeito de Araçariguama] me falou exatamente com essas palavras: ‘A prefeita é cristã, ela não cobra propina, mas o marido dela, o Aymar, sim”, relata.

O escritório da cooperativa chegou a funcionar por dois meses, até que Edna encontrou o local lacrado pela prefeitura, sem nenhuma justificativa. Ela tentou uma liminar na Justiça, que foi negada.

Edna relata que chegou a desistir do empreendimento até que foi procurada pelo Pastor Israel – o Secretário de Governo Israel Pereira da Silva. Ele teria dito que “sabia que a ação era errada, mas era a única forma das coisas funcionarem”.

Ela contou ainda que esteve em um almoço com Carlos Aymar e que nessa ocasião o ex-prefeito teria dito que ela precisaria pagar R$ 2 milhões como uma contrapartida da área institucional, já que quando se faz um loteamento é necessário oferecer essa estrutura e deixar uma parte pública. Porém, segundo Edna, o valor não seria usado para construções públicas dentro do loteamento, mas sim do lado de fora – o que seria uma forma disfarçada de cobrança de propina.

Depois dessa ocasião, a empresária não se encontrou mais com o ex-prefeito e as negociações foram todas feitas com o Secretario de Governo por meio de conversas por aplicativos de mensagens.

A presidente da cooperativa contou que enquanto não pagasse o valor, que ela concordou em parcelar, não teria aprovação da documentação. Fiscais iam até o escritório dela para fazer a cobrança por parte do ex-prefeito Carlos Aymar.

Edna contou ainda que seguiu com a negociação para ter provas na hora de fazer a denúncia. No dia do flagrante, ela deveria pagar R$ 50 mil, mas só conseguiu sacar R$ 14 mil. A presidente foi até a prefeitura e deixou a sacola com o dinheiro na mesa do ex-prefeito.

Ela chegou a gravar as conversas, mas neste dia, segundo Edna, Israel pediu que não se falasse em valores com o ex-prefeito Carlos Aymar. Ela conta que escreveu o valor de R$ 2 milhões em um papel e que Carlos confirmou que esse valor deveria ser acertado e, em seguida, o flagrante foi feito.

Edna afirmou que não vai desistir do empreendimento e que espera conseguir a documentação.

fonte: G1

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