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A Polícia Civil de Mairinque (SP) abriu um inquérito para investigar uma esteticista que atuava na cidade, após denúncias de clientes que tiveram sequelas depois de sessões de tratamento de beleza. Boletins de ocorrência por estelionato e lesão corporal foram registrados na delegacia. Um inquérito foi instaurado para investigar a atuação ilegal da profissão. A polícia disse que vai intimar as vítimas para prestarem depoimentos.
As clientes compraram os pacotes diretamente com a esteticista. Pelas mãos dela, passaram pessoas que queriam tirar estrias, mas ficaram com queimaduras, ou que desejavam deixar as sobrancelhas perfeitas, mas terminaram com a pele exposta e com feridas. Uma paciente que pagou por um procedimento para tirar melasma, que são manchas, saiu do atendimento com o rosto todo machucado.
A dona de casa Valéria Ruiz Rosa ficou com marcas no rosto e inchaço após fazer um procedimento que prometia uma pele sem manchas.
Além disso, feridas se formaram na barriga dela por conta da aplicação de um produto que deveria reduzir medidas. No entanto, o procedimento fez com que ela parasse no hospital. Valéria ficou 11 dias internada para tratar uma infecção.
“No dia que eu fui fazer a drenagem linfática, ela já estava com uma seringa e um líquido dentro, e já estava tudo pronto. Ela disse que a enzima que ela ia aplicar ia ajudar a queimar as gorduras e ia mais rápido”, afirmou.
“Passaram-se uns dois meses mais ou menos começaram a surgir uns vermelhos na minha coxa, exatamente nos locais onde ela aplicou.”
As vítimas alegam que a mulher que fez os procedimentos se dizia capacitada para isso e divulgava os pacotes nas redes sociais.
Quando era questionada pelas clientes, a suposta biomédica afirmava que as reações eram normais, que os produtos usados eram autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que tudo fazia parte do processo de embelezamento.
A professora Camila Helena de Souza pagou por 17 sessões, mas desistiu do tratamento na quarta sessão, ao perceber que a saúde dela estava em risco.
“Na quarta sessão levantou um cisto sebáceo. Eu entrei em contato com ela, mandei foto, e ela garantiu que não foi devido ao procedimento, que as enzimas não causam aquela erupção. Depois de quatro meses ele saiu sozinho, mas eu fiquei com um roxinho na coxa.”
Camila Helena de Souza ficou com roxo na perna após ter cisto sebáceo — Foto: Reprodução/ TV TEM
O caso foi para a delegacia, onde seis boletins de ocorrência foram registrados contra a suposta esteticista, sendo dois por lesão corporal e quatro como estelionato.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a atuação ilegal da profissão e disse que vai intimar as vítimas para prestarem depoimentos. Os casos de estelionato são relacionados a procedimentos que foram pagos, mas nunca realizados.
As denúncias também chegaram até a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, que acionou a unidade de Mairinque. Os agentes estiveram no local e lacraram a sala de atendimento, como explica o coordenador da Vigilância Sérgio Fernandes. Ainda conforme o coordenador, o caso foi passado para a Polícia Civil.
A mulher acusada pelas vítimas não foi mais vista na cidade. A TV TEM tentou contato por mensagem e ligações, mas ela não respondeu a nenhuma das tentativas.
A esteticista divulgou que também seria biomédica, mas, segundo a Associação Brasileira de Medicina Estética (ABME) e colaboradores, ela não tem registro no Cremesp.
Nesta época do ano, com a aproximação do verão e das férias, a procura por procedimentos estéticos aumenta. A orientação é pesquisar antes de se submeter aos tratamentos.
“Sempre ver o preço que está sendo oferecido por aquele serviço, normalmente se ele é abaixo do padrão praticado pelo mercado é uma coisa para se desconfiar. Além disso, os procedimentos que são invasivos, que são tudo o que aplica no seu corpo com botox, preenchimento, enzima, só pode ser realizado por um profissional a nível superior e habilitado”, explica o coordenador da Vigilância Sanitária.
Com as informações do G1