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Diretor de filme brasileiro selecionado para o Oscar 2019 fala sobre a disputa do Melhor Filme Estrangeiro

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circo

Começa agora mais um Agência Entrevista, o meu nome é Cintia Moreira e o hoje nós vamos falar sobre o filme “O grande circo místico”, de autoria do cineasta Cacá Diegues. Para quem não conhece o Cacá, ele que já dirigiu filmes como Bye Bye Brasil, Xica da Silva, Orfeu, Tieta do Agreste, Deus é Brasileiro, Cinco Vezes Favelas, entre tantos outros.

Nesta semana, o filme “O grande circo místico” foi anunciado como representante brasileiro na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2019. Esse longa foi inspirado em um poema de Jorge de Lima e retrata a história de diferentes gerações de uma família circense. Ele conta a história de uma tradicional família austríaca, que é dona de um grande circo e a partir daí nasce um romance entre um aristocrata e uma acrobata, não é isto Cacá Diegues?

“É isto mesmo! Exatamente isso! É um poema de Jorge de Lima que nós, eu e o George Moura adaptamos para o cinema.”

Esta é uma coprodução entre três países, certo? Quais são estes países?

“O Brasil, né? Portugal e França. Nós filmamos uma parte, grande parte do filme, quase todo o filme em Portugal, em Lisboa. Porque nós fizemos um circo que tivesse animais e no Brasil não é possível, não existe circo com animal, é proibido animais no circo. Então nós fomos à Portugal para filmar o circo e acabei filmando partes no Rio de Janeiro e em Lisboa, que é o Rio de Janeiro dos anos 30, 40, etc.”

Conta para a gente como foi a estreia da película, no Festival de Cannes, em maio deste ano?

“Olha, foi uma maravilha! Foi uma seleção oficial e foi muita gente. Estava lotada a sala e foi uma grande recepção. Foram muitos minutos de aplauso e eu fiquei muito feliz.”

Coisa boa! E aí? Quanto tempo esse longa demorou para ser filmado, Cacá?

“Olha, na verdade, o filme ocupou 12 anos da minha vida, né? Eu não diria que eu passei 12 anos fazendo só este filme, porque enquanto isto eu estava fazendo outras coisas, produzindo outros filmes. Eu realizei dois documentários/longa-metragem, fiz um livro… enfim, foram 12 anos trabalhando neste roteiro até que eu comecei a filmar em janeiro de 2015 e acabei de filmar em março de 2015. Aí levei quase 4 anos, portanto, 3 anos e pouco, para fazer a finalização do filme – que era muito complicada – tinha muito efeito, muita coisa de som, etc.”

Eu gostaria que você falasse quais são os principais atores do filme e se os atores passaram por algum tipo de laboratório para ficarem mais imersos nos personagens?

“Claro! Bom, primeiro o elenco é um elenco maravilhoso! Você sabe que o circo é um dos ambientes mais internacionais do mundo, né? Eu acho que não tem nenhuma outra atividade dramática que tenha a internacionalização do circo, né? E, grandes atores brasileiros como Antônio Fagundes, Mariana Ximenes, Bruna Linzmeyer, Juliano Cazarré, que formaram a família que dura um século, né? O filme conta a história de uma família durante um século. Estes atores todos fazem parte apenas de uma geração. Então, a cada duas semanas de filmagem, tinha que trocar todos os atores.”

Neste ano, 22 filmes nacionais disputaram a indicação brasileira para a premiação, certo? Qual é a sensação de o seu trabalho ter sido o escolhido para representar o nosso país?

“Olha, eu fico muito feliz, é uma honra muito grande. Sobretudo porque estes outros filmes que participaram da concorrência são filmes muito bons também. O cinema brasileiro está em uma fase muito boa. Desses 20 pelo menos 10 mereciam estar no Oscar.”

E o lançamento Cacá? Vai ser quando?

“Dia 15 de novembro. Nós vamos deixar passar essas eleições malucas aí para fazer o lançamento nos cinemas no dia 15 de novembro.”

Cacá, muito obrigado pela entrevista e um grande abraço para você, viu?

“Muito obrigado. Para você também.”

A Entrevista fica por aqui. Muito obrigado pela sua audiência e até a próxima.

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